Visão Histórica da Genética

Visão Histórica da Genética

Visão histórica da genética

 

 

Genética, área  da biologia  que estuda  a natureza  química  do material  hereditário , o modo de ação desse material  e os mecanismos  de sua transmissão  ao longo das gerações.

              A maior contribuição para a Genética atual  foi dada  pelo monge  Gregor Mendel (1822-1884), que realizou experimentações com ervilhas cultivadas em seu jardim, no mosteiro de Brunn, na Áustria (atualmente Brno, na República Tcheca).

Mendel nasceu em 1822, na cidade de Heizandorf, na Áustria. Aos 21 anos, entrou no monastério de São Tomás em Brunn, atual Brno. Para se tornar monge, era preciso entender de religião, mas também de ciências. Ele se tornou monge em 1847 e em 1851 resolveu se aprofundar em disciplinas como física, matemática e ciências naturais na Universidade de Viena. Ao se formar, depois de quatro anos, iniciou uma série de trabalhos com plantas no monastério para descobrir como se transmitem as características hereditárias.

Gregor Mendel (1822-1884) é chamado, com mérito, o pai da genética. Realizou trabalhos com ervilha (Pisum sativum 2x=14 ) no mosteiro de Brunn, na Áustria.

Sua primeira monografia foi publicada em 1866 mas, devido ao caráter quantitativo e estatístico de seu trabalho, e das influências do trabalho de Darwin (1859) sobre a origem das espécies, pouca atenção foi dada àqueles relatos.

Em 1900 o trabalho de Mendel foi redescoberto por outros pesquisadores. Cada um deles obtiveram, a partir de estudos independentes, evidências a favor dos princípios de Mendel, citando-o em suas publicações.

Em 1905, o inglês William Bateson, batizou essa ciência que começava a nascer de Genética.

 

                                                    Gregor  Mendel

Graças a Mendel, o troca-troca genético de que a gente tanto ouve falar se tornou possível. Os transgênicos -- animais e plantas que recebem genes de outras espécies de seres vivos -- são realidade! O homem hoje é capaz de modificar o gene de uma planta para torná-la mais resistente às pragas, por exemplo. Ou então, fazer experiências trocando genes de animais, para tentar desenvolver novos medicamentos.

As ervilhas eram separadas por famílias. Cada família tinha nascido de uma semente diferente e por isso possuía características distintas. Uma família era de ervilhas amarelas; outra, de ervilhas verdes; a sua forma podia ser lisa ou rugosa. Por seis gerações, cada família havia conservado sua característica, isto é: a primeira semente da família de ervilhas amarelas só teve filhos, netos e bisnetos amarelos; a semente verde, só descendentes verdes... E assim por diante. Isto porque as plantas de ervilhas têm a capacidade de se reproduzir independentemente de qualquer parceiro.

Mendel, que havia percebido que as características mencionadas e outras passavam de geração para geração e, portanto, eram hereditárias, queria descobrir o que aconteceria se ele misturasse as famílias de ervilhas. "Se eu promover o casamento da ervilha amarela com a ervilha anã, que característica será que seus filhos terão?", deve ter pensado enquanto caminhava entre as plantas.


Dica: Veja na seção Figuras (figura 5) o diagrama representa o resultado de um experimento no qual Mendel cruzava ervilhas e analisava as características das gerações seguintes


Para não ficar na dúvida, Mendel começou a fazer o cruzamento entre as famílias. A primeira tarefa era abrir a parte interna da flor onde se forma a ervilha para encontrar seus órgãos reprodutores. Esse trabalho era muito delicado e ele precisava do auxílio de uma pinça. Ao abrir essa parte da planta, o monge observou alguns filamentos semelhantes a antenas -- eram os órgãos masculinos! No topo dessas antenas ficava o pólen, as células reprodutoras masculinas das ervilhas. O fato de ficarem isoladas do meio exterior impedia o que, agora, Mendel iria realizar.

Com a pinça, Mendel pegou o pólen das plantas da família de ervilha verdes e o depositou nos órgãos femininos das plantas de ervilhas amarelas, denominados pistilos. O pólen viajou por esse órgão até chegar a parte mais interna da flor, onde o ovário o esperava. Com isso, o cruzamento estava pronto. O padre repetiu a experiência com todas as plantas de todas as famílias até que conseguiu descobrir os segredos da hereditariedade depois de sete anos.

Certo de que havia feito uma grande descoberta, Mendel mandou seu trabalho para as bibliotecas e para os maiores especialistas em hereditariedade da época. Mas não teve reconhecimento... Ele passou a vida inteira esperando que alguém entendesse o que estava dizendo, mas isso só foi acontecer 16 anos depois de sua morte, em 1884.

Na primavera européia de 1900, um cientista chamado William Bateson fazia uma viagem de trem, quando se deparou com um jornal científico. O artigo que começou a ler era assinado por Hugo De Vries, um grande botânico da época, e falava sobre as descobertas feitas por um tal de Mendel, um monge que cultivava ervilhas e que havia morrido 16 anos antes.

Era a terceira vez, em menos de quatro meses, que ele lia um artigo sobre Mendel escrito por algum pesquisador importante. Seu interesse pelo monge era grande porque ambos estudavam o mesmo assunto! Ao perceber que estava diante de uma grande descoberta, Bateson começou a divulgar o trabalho do cientista.

Diferentemente do que havia acontecido em 1865, quando Mendel apresentou sua descoberta, agora, em 1900, muitos começaram a acreditar em Bateson. E cada vez mais as pessoas se interessavam pela história do monge... Não era para menos! Ele havia realmente descoberto o segredo da hereditariedade!

Mendel descobriu que as características das plantas são herdadas em separado. Isto é: há uma unidade responsável pela cor da ervilha, outra pela sua forma, outra pela forma da vagem e assim por diante... Com isso, ele pôde deduzir que o mesmo acontecia com os outros seres vivos, incluindo o homem. Cada característica é transmitida separadamente! É por isso que você pode ter os olhos do seu pai, a boca de sua mãe e o nariz de sua avó!

A aparência física de uma pessoa é resultado da soma de todas essas unidades que ditam as características. Mais tarde, os cientistas chamaram essas unidades de genes. Mendel observou que alguns genes são dominantes (necessitam de uma só cópia para se manifestar) enquanto outros são recessivos (só aparecem quando duas cópias se reúnem).

No cruzamento de ervilhas verdes com amarelas, por exemplo, uma cor (verde) dominava sobre a outra (amarela). Se você for reparar bem, vai perceber que os olhos escuros também dominam os claros. Assim, se sua mãe tem olhos claros e seu pai escuros, a possibilidade maior é que você tenha olhos escuros... Por isso, os genes que determinam olhos escuros são considerados dominantes.